GAMES: Reflexões sobre a “Gamescom Latam”: Uma nova era para o mercado na América Latina

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Antes de qualquer avaliação — positiva ou negativa — sobre a segunda edição de um dos mais relevantes eventos do setor gamer, agora também com realização na América Latina, é fundamental destacar que o mercado vem atravessando transformações significativas há algum tempo. E, ao que tudo indica, essas mudanças tendem a se intensificar, principalmente no que se refere aos interesses dos consumidores e suas novas limitações, impostas por um cenário econômico em transição.

Embora menor e de perfil distinto da Brasil Game Show (BGS), a Gamescom Latam reúne importantes players da indústria e suas respectivas marcas, ao lado da inovação caracteristicamente proposta pelo setor indie. A união desses dois universos promove uma combinação rica de competência e iniciativa voltada à geração de novos negócios. Isso evidencia que o evento vai além de filas para testar lançamentos, adquirir produtos licenciados ou participar de concursos de cosplay. A proposta é proporcionar uma imersão real em novidades relacionadas a hardware, criação e desenvolvimento de jogos, além de apresentar oportunidades concretas de networking e parcerias comerciais.

A Participação Governamental e o Incentivo à Cultura Gamer

Pelo segundo ano consecutivo, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, marcou presença no evento com um estande interativo, reforçando seu compromisso com a valorização da economia criativa. Entre as atrações, os visitantes puderam participar da Jornada Gamer, uma série de atividades lúdicas que premiava os participantes com moedas virtuais, utilizadas em diversas ativações ao longo do espaço.

Em uma proposta diferenciada, o estande contou com a parceria do Museu do Café, que ofereceu degustações de bebidas à base do grão e interações inusitadas, como a identificação de personagens representados na espuma do leite.

Outro destaque foi a apresentação de jogos desenvolvidos com apoio das leis de fomento do Estado, oferecendo experiências em realidade virtual (VR), oficinas criativas como a de Ocarina (inspirada em The Legend of Zelda) e até uma Escape Room, na qual os participantes eram desafiados a desvendar o mistério envolvendo desenvolvedores de games paulistas.

BIG Festival: Celebração da Cena Indie

O espaço dedicado ao BIG Festival também proporcionou fortes emoções ao público e, especialmente, aos desenvolvedores independentes. Títulos como Mullet MadJack e Nine Sols destacaram-se entre os grandes vencedores da edição.

A cerimônia de premiação, realizada na noite de quarta-feira (30), foi marcada por grande entusiasmo e reconhecimento à excelência criativa do setor. Com 49 jurados no painel e transmissão ao vivo, a entrega dos troféus celebrou os destaques em 16 categorias, evidenciando a força e a diversidade da produção independente global.

O ponto alto da noite foi a homenagem a Shuhei Yoshida, ex-líder da divisão indie da Sony, que recebeu o Lifetime Achievement Award. Reconhecido por seu apoio contínuo a criadores independentes, Yoshida teve sua trajetória celebrada como um pilar transformador da cena indie mundial, especialmente por seu trabalho nos bastidores do PlayStation.

O evento foi marcado por uma atmosfera de entusiasmo contagiante: torcidas organizadas, figurinos temáticos e uma celebração sincera da cultura gamer marcaram presença durante toda a cerimônia.

Principais Vencedores do BIG Festival 2025

  • Melhor Jogo: Nine Sols — Um metroidvania 2D com arte pintada à mão e combate inspirado em Sekiro.
  • Melhor Jogo – América Latina: Grizzly Man, da LCB Game Studio.
  • Melhor Jogo – Brasil: Mullet MadJack, da Hammer 95 Studios.
  • Melhor Jogo Casual: Paper Trail, da Newfangled Games.
  • Melhor Direção de Arte: Naiad, do HiWarp.
  • Melhor Narrativa: Neva, da Nomada Studio, com publicação da Devolver Digital.
  • Melhor Gameplay: Animal Well, da Shared Memory e Bigmode.
  • Inovação: Sol Cesto, de Geraud Zucchini & Chariospirales.
  • Melhor Jogo Mobile: Levil Devil, da Unept, LLC.
  • Melhor Multiplayer: Bang Bang Barrage, da Monkey Bread, com publicação da Spiral Up Games.