Filas que davam voltas no quarteirão, postos com poucas ou sem vacinas, uma população por vezes irritada e agressiva – com invasões aos locais de vacinação – e muitas dúvidas. O período de imunização contra a febre amarela na cidade não foi dos mais tranquilos – e ainda possui pontos problemáticos.
Um deles é o absenteísmo. A palavra pode parecer estranha, mas significa, essencialmente, falta ou atraso. Em São Paulo, cerca de 20% dos que podem receber a vacina com a senha distribuída pela Prefeitura, a fim de evitar as filas e problemas como os citados aqui, não foram tomar o imunizante.
Para ficar mais claro: duas de cada dez pessoas pegaram as senhas, mas não foram se vacinar na data marcada. A Secretaria Municipal de Saúde considera o nível do índice “elevado” para a campanha que está em andamento desde o último dia 25 de janeiro – data que marcou o início das vacinas fracionadas.
Com a falta de quem não foi se vacinar, as estratégias de vacinação ficam prejudicadas. A senha, de acordo com a pasta da saúde, é distribuída “de acordo com a capacidade operacional das unidades e com a área de abrangência de cada unidade”. A estimativa é que cerca de 20 mil pessoas não estejam se vacinando.
Até o momento, a segunda etapa da campanha já aplicou 1.182.479 doses da vacina – a maior parte fracionada, e cerca de 37 mil da dose padrão. Os números e o índice são relacionados a distritos das zonas Sul e Leste, que iniciaram a campanha meses depois da Zona Norte, foco inicial dos casos de febre amarela.
Já no Estado, foram vacinados 2,3 milhões de pessoas. A meta é chegar a 9,2 milhões de vacinados até 17 de fevereiro, nas 54 cidades que fazem parte da campanha estadual. A data também marca o segundo Dia D de imunizações, com dose fracionada.
Doses padrão – cerca de 2,3 milhões – serão destinadas a crianças com idade entre 9 meses e 2 anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina e grávidas residentes em áreas de risco. A dose fracionada – 6,9 milhões de vacinas – são destinadas a pessoas que ainda não foram imunizadas, residentes nos locais da campanha.
Cuidados
Portadores de HIV positivo, transplantados, hemofílicos, pacientes com tratamento quimioterápico finalizado ou pessoas com doenças do sangue e de doença falciforme devem consultar o médico sobre a necessidade da vacina.
Grávidas que moram em locais em que a vacina não é recomendada não precisam tomar a vacina, além de mulheres amamentando crianças com até 6 meses e imunodeprimidos (pacientes em tratamento quimioterápico, radioterápico ou com corticoides em doses elevadas) também não possuem indicação para serem imunizados.
