No fim de 2016 e no início deste ano, mortes por febre amarela em Minas Gerais e no interior de São Paulo acenderam o alerta em todo o país. Afinal, a doença não tem casos urbanos desde 1942. Na época, férias e alto verão, o susto representou um desafio às autoridades de saúde, já que muitos viajam para áreas rurais ou silvestres nesse período.
Agora, dez meses depois e novamente com temperaturas mais altas, a Zona Norte está alerta depois da confirmação de um macaco bugio encontrado morto na região do Horto Florestal. Na sexta-feira (20/10), o animal teve comprovada a presença do vírus da febre amarela.
Diante da situação, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e da Saúde fecharam o Horto e o Parque Estadual da Cantareira por tempo indeterminado, de acordo com o Estadão, Folha e G1, e dará início, no sábado (21/10), a uma campanha de vacinação preventiva com cerca de três mil moradores da Vila Amélia. A vacinação segue até às 17h, na associação do bairro, localizada na rua Tomé Afonso de Moura, 345.
A região terá ainda outros dois pontos para imunização neste sábado: na UBS/AMA Jardim Peri e UBS Horto Florestal. Agentes de saúde farão uma varredura no local para coletar amostras do mosquito que transmite o vírus. Outros locais também serão postos de vacinação, a partir de segunda-feira (23/10): as UBS Vila Dionísia e Mariquinha Sciacia.
De acordo com a Secretaria de Saúde, “a transmissão do vírus para o macaco foi do tipo silvestre, já que o vetor encontrado foi o mosquito haemagogus, comum em regiões rurais e de mata. É importante destacar que macacos não transmitem a febre amarela para a população. Esses animais são hospedeiros do vírus, transmitido de forma silvestre pelos mosquitos haemagogus e sabethes”, informou em nota.
A campanha prevê vacinar cerca de 500 mil pessoas que vivem no entorno do Horto e do Parque da Cantareira. Os locais verdes, de acordo com autoridades da área, possuem a maior população da espécie bugio. Por isso, será preciso apresentar comprovante de vacinação para entrar no Horto, já que o vetor do vírus fica na copa das árvores.
Os sintomas
Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode ter febre alta, desenvolver coloração amarelada da pele e do branco dos olhos (icterícia), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Entre 20% e 50% das pessoas com a fase grave da doença grave podem vir a óbito.
Em caso de detectar algum desses sintomas, é importante procurar médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, sobretudo de a pessoa realizou atividades em áreas rurais, silvestres ou de mata, como pescaria, acampamentos, passeios ecológicos, visitação em rios, cachoeiras ou mesmo durante atividade de trabalho em ambientes silvestres.
Informações
Vacinação em 21/10 (sábado), das das 9h às 17h
Associação do bairro: rua Tomé Afonso de Moura, 345
UBS Jardim Peri: Av. Peri Ronchetti, 914 – Jardim Peri
UBS Horto Florestal: Rua Luis Carlos Gentile de Laet x Rua do Horto, 603 – Horto Florestal
Vacinação a partir de segunda-feira (23/10)
UBS Dona Mariquinha Sciascia: Rua Dr. José Vicente, 39 – Tremembé
UBS Vila Dionísia: Rua Chen Ferraz Falcão, 50 – Vila Dionísia
Com informações da Folha, Estadão, G1 e Secretaria de Estado da Saúde