GAMES: Impactante e um mergulho na psicologia Junguiana

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Voltamos aqui com mais um material em Realidade Virtual. E agora é a vez de Selina: Mind at Large, um jogo bastante aguardado no cenário, qual tivemos a honra de receber a chave do próprio estúdio desenvolvedor.

Já sabíamos que seria uma experiência narrativa, com o mergulho sobre angústias e quebra-cabeças que pairam na cabeça de uma criança. E mesmo não entregando tudo o que esperávamos, o material é de arrepiar.

Aqui viajamos nas “viagens” mentais de Selina, uma personagem que explora as escrituras e estudos de Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço fundador da psicologia analítica e criador de alguns dos mais conhecidos conceitos psicológicos, incluindo a distinção entre personalidades, ideias de arquétipo e inconsciente coletivo. Juntamente com Freud, foi um dos mais respeitados pensadores do seu tempo, sendo hoje amplamente conotado como um dos mais influentes psicólogos de sempre.

No jogo, a jornada busca ativar o sentimento de maravilhamento, aventura e medo dentro de você enquanto percorre uma história de conto de fadas.

Selina é um projeto ambicioso do estúdio de VR baseado em Berlim, Trotzkind, fortemente inspirado no famoso psicólogo e a mente complexa de uma criança. E com uma introdução contada através de uma viagem de barco pelas páginas de um romance infantil, Selina foge de casa devido a um ataque e, quando assustada e sozinha, conhece outra pessoa jovem chamada Aniles. A princípio, ela é uma amiga. Depois, ela a trai, causando  um assombrado buraco negro em sua mente.

Você, o herói, tem a missão de viajar pelas memórias e imaginação de Selina para desvendar as sombras que assombram. E é aqui que a imaginação da mente de Selina é a estrela do espetáculo, livre dos limites convencionais de gravidade e lógica. Edifícios flutuam pelo espaço como os blocos de construção da mente, enquanto as memórias centrais de sua família pairam em estase como monumentos aos tempos mais felizes.

No começo, ficamos um tanto desorientados, especialmente quando se trata de entender até que ponto um objeto pode estar distante antes de se teletransportar, ou de entender a melhor maneira de se mover pelo ambiente.

Como nem tudo são flores, há correções para serem feitas, como falhas no “overworld”. Ainda assim, à medida que você vai se acostumando a se mover pelo mundo de tal maneira, livre dos limites da física convencional, você realmente sente como se estivesse nadando em uma aventura pela imaginação.

Há algumas outras complexidades adicionadas, mas elas mudam muito pouco a essência. Como entre os puzzles, repetitivos e, em alguns casos, irritantes.

O ponto mais incrível do jogo é que, quanto mais nos envolvemos com a personagem, mais queremos cuidar dela. Parece loucura, não? Mas o material mergulha, de fato, em um tratamento na saúde mental da garota de tal modo, que a imersão em Realidade Virtual faz com que possamos sentir as “dores” causadas nesta fase.
Com um polimento sugerido, aplaudimos de pé este material, com a alegria e emoção em poder jogá-lo.