Juros do cheque especial superam 200% ao ano, os maiores em quase 16 anos

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Como reduzir sua dívida do cheque especial?

É o que diz o Banco Central. Ocorre que os dados divulgados se baseiam na taxa média de juros informada pelos bancos junto à instituição. Porém, na prática, quem está usando o limite do cheque especial paga muito mais de 200% ao ano. Isso ocorre porque além dos juros são cobradas taxas de excesso de limite, cestas de tarifas, juros moratórios, dentre outros.

Quem fechou o ano de 2014 endividado terá, a partir de agora, mais dificuldade ainda para saldar essas dívidas. Com os juros que vêm sendo cobrados, por mais que o devedor se esforce dificilmente conseguirá livrar-se dela. Esse endividamento vem refletindo muito no comércio em geral. Basta andar pelas ruas de São Paulo, para percebermos vários imóveis comerciais com placas de “aluga-se”. Ou seja, cidadão endividado compra menos; o comércio vende menos; portas se fecham; aumenta o desemprego; e somente os bancos ficam no lucro.

Planejamento financeiro
Os brasileiros vivem ajustando o orçamento para fugir do cheque especial. Nos dias atuais, pagar altas taxas de juros vem se tornando um hábito cotidiano e aterrorizante para quem vive na dependência do sistema financeiro, afinal os bancos são totalmente inflexíveis nas “negociações” – ou melhor, nas imposições. Digo que são imposições porque o devedor não tem a mínima chance de negociar nada, e sim novas confissões de dívidas são feitas, sobre as quais mais juros são aplicados, e, em alguns casos, até mesmo bens são exigidos para ser penhorados ou dados como garantia de pagamento.

Juros cobrados no cheque especial apresentam irregularidades
É comum os bancos informarem ao Banco Central que estão praticando uma taxa de juros, enquanto na verdade estão cobrando outra superior. Como a maioria dos devedores não tem o hábito de acompanhar, e principalmente como não entendem como os juros do cheque especial são calculados, os bancos se aproveitam desse detalhe e acabam cobrando valores a maior. Realizando uma perícia financeira nos extratos mensais é possível detectar essas irregularidades e encontrar valores de dívidas totalmente diferentes.

Dívidas devem constar no Banco Central
Toda dívida superior a R$ 2,5 mil deve ser informada ao Banco Central, obrigatoriamente. Tenho detectado que é comum o banco cobrar um valor-dívida do cliente e informar ao Banco Central outro bem inferior. Recentemente deparei-me com um caso alarmante. O banco entrou com ação de execução cobrando uma dívida de R$ 68,5 mil, sendo que no Banco Central a informação é de que o consumidor deve R$ 32 mil. O valor correto da dívida é o valor lançado junto ao Banco Central, logo o devedor tem plenas condições de reduzir essa dívida.

Vou renegociar minha dívida
Este é o principal erro. As dívidas devem ser pagas com seus próprios recursos e não por meio de renegociações ou confissões de dívidas. A cada renegociação, você estará, no mínimo, dobrando seu saldo devedor. Além disso, na maioria das renegociações o banco obriga-o a assinar como avalista e ou dar algum bem como garantia. Ou seja, em vez de resolver seu problema, estará se complicando ainda mais.

Como reduzir a dívida no cheque especial
Na maioria dos casos nem é necessário entrar com a ação judicial, bastando para isso ter em mãos todas as ferramentas necessárias e saber como e quando utilizar cada uma delas. Além disso, ter os canais corretos de negociação de cada banco é fundamental, coisa que se adquire ao longo dos anos. Nas negociações é possível obter reduções do saldo devedor de até 90%, bem como acordos para pagamentos parcelados que se adequem aos seus rendimentos atuais. Tenho feito reuniões periódicas com os bancos e os resultados são surpreendentes, afinal os bancos estão acostumados apenas a ditar regras e não a ser indagados sobre os erros de cálculos do cheque especial.


 

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