Multidão toma conta da Av. Paulista durante a “27ª Parada do Orgulho LGBTQIAP+”

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Com a Avenida Paulista multicolorida e lotada por milhares de pessoas, a coordenadora de Políticas para LGBTI+ da Prefeitura de São Paulo, Leo Áquilla, abriu a “27ª Parada do Orgulho LGBTQIAP+” cantando o Hino Nacional. Com o tema “Queremos Políticas Sociais Para LGBT+ por inteiro e não pela metade”, o encontro, que aconteceu neste domingo (11), foi marcado por diversas reflexões e, claro, muita animação.

A secretária de Relações Internacionais, Marta Suplicy, destacou que a capital é um lugar que agrega e é marcado pela diversidade. “São Paulo é vanguarda e fico muito feliz em ver nossa cidade organizando um evento tão importante e tão simbólico. Aqui, nós queremos todos os direitos”.

Na frente do trio-elétrico de abertura, um grupo de pessoas com deficiência levou uma faixa do arco-íris no início da parada. Com apoio de bombeiros e seguranças, a turma estava animada em participar.

A família do jovem Renan Santana, de 19 anos, de Guaianases, comemorava a primeira vez no evento. “É algo muito importante para a nossa sociedade, incluir todas as pessoas, incluindo as com deficiência, na rua”, lembrou Jacilma Silva Santana, ao lado do marido Marcos Quaresma e do filho caçula, Nathan, de 6 anos.

A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), em parceria com a Associação da Parada do Orgulho LGBT-SP (APOGLBT-SP), montou uma área reservada, que disponibilizou intérpretes de Libras e equipes de apoio. “As palavras de ordem são amor e respeito. E as pessoas com deficiência também podem estar onde elas quiserem”, falou a secretária Silvia Grecco.

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) investiu cerca de  R$ 2,5 milhões com a organização de três trios elétricos, que representaram os Centros de Cidadania LGBTI, mantidos pela Coordenação de Políticas LGBTI+. A secretária da SMDHC, Soninha Francine, lembrou que a cidade tem espaço para todo mundo. “A Prefeitura de São Paulo se orgulha de apoiar a parada. A pauta LGBT+ não teria avançado tanto sem este evento”.

Afeto e amor

 A Coordenação também promoveu a inscrição das participantes do “Cordão das Drags”, que se apresentou no encerramento da Parada. Apresentadora oficial, a travesti Tchaka disse que o domingo foi histórico e que a cidade dá um exemplo de amor, acolhimento e representatividade mais uma vez. “São Paulo tem espaço para todas as letras e para todes”.

Cristiano Valência, 47 anos, e sua mãe, Eliane Oliveira, de 65 anos que sempre participam da festa, fazem parte da Igreja Comunidade Metropolitana, voltada à comunidade LGBTQIAP+, localizada no Centro Histórico. “Temos que comemorar esse evento, que é um evento de luta”, disse Eliane. “Nossa fraternidade nasceu em 1961 e é um lugar para todas as pessoas”.

Quem também marcou presença foi o Coletivo Esportivo Angels Volley, que há 15 anos nasceu como um local para LGBTQIA+ jogarem sem ter qualquer tipo de preconceito, medo ou bullying. “Queríamos um ambiente seguro e acolhedor para nos divertirmos, sermos nós mesmos e depois do bate bola confraternizar com amizades empáticas”, diz Willy Montmann, ao lado de Rebeka Góes, Érika Paula e Iza Nascimento. Os treinos acontecem no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa Marechal Mário Ary Pires (COTP) e nos centros esportivos Mané Garrincha e Balneário do Cambuci, todos da Prefeitura.

Para animar o evento, 19 trios-elétricos passaram pela Avenida Paulista com nomes como Daniela Mercury, Pablo Vitar e Pocah. A cantora Maria Alcina também marcou presença. “É um evento emblemático e participo há muitos anos. Fico emocionada em estar aqui”.

Estrutura e organização

A Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Coordenação de IST/Aids, levou o Lounge do Orgulho, em que os participantes puderam pegar preservativos e ter informações sobre ISTs e Aids.

Durante toda a parada, guias de turismo  da Secretaria Municipal de Turismo (SMTur) ficaram em pontos estratégicos do evento para prestar esclarecimentos aos visitantes com relação aos pontos turísticos da cidade, serviços, mobilidade e dicas.

O casal Tamires  Furtado e Luiz Henrique Garcia, de Piracicaba, que visitavam a cidade, fez questão de acompanhar a parada. “É um ato de resistência e é importante que todo mundo participe e se posicione a favor do amor”, disse Tamires. “É algo bonito de ver”, frisou Luiz.

A SPTuris (empresa de eventos e turismo da Prefeitura) foi contratada para auxiliar na infraestrutura do evento, que faz parte do Calendário de Eventos Estratégicos da capital. As ações incluem apoio operacional, técnicos de enfermagem, médicos socorristas, agentes de limpeza, segurança, ambulâncias, postos médicos, águas, kits lanches, barricadas, placas metálicas, grades, cavaletes, cones, geradores, mobiliários, banheiros químicos, som, iluminação, entre outros. Por meio do Observatório de Turismo e Eventos, a empresa realizará ainda a pesquisa de público.

Segurança e limpeza

Para dar segurança ao público, foram empregados efetivos das Inspetorias Regionais (IR) da Guarda Civil Metropolitana (GCM), enquanto a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) atuou na Operação de Controle do Espaço Público, Preservação do Patrimônio Público e Proteção aos Agentes da Prefeitura Regional Local. Patrulhamento motorizado e policiamento a pé garantiram mais segurança aos munícipes.

A Secretaria Municipal das Subprefeituras disponibilizou 630 colaboradores, 63 veículos, 50 cestos aramados, 30 papeleiras e 30 PEV’S para a Parada LGBT+. Além disso, 45 agentes da Subprefeitura Sé atuaram na fiscalização contra o comércio irregular.