::: Bruno Viterbo
Do caminho do ouro ao atual polo de arte fervilhante, Paraty é uma viagem pela história do Brasil. Caminhar por suas ruas é deparar-se com a manutenção de um passado de glória, preservado pela arquitetura barroca considerada um dos conjuntos mais homogêneos desse estilo ainda presente.
As ruas da Cidade, principalmente aquelas do Centro Histórico, mantêm o chão com sinuosas pedras. Caminhar poder ser um desafio nos primeiros momentos, mas é tudo uma questão de se acostumar e admirar as belezas das casas e sobrados. Paraty originou-se de um assentamento de colonos portugueses no final do século XVI. Dali em diante, a Cidade tornou-se ponto de ligação entre o Rio de Janeiro, o Vale do Paraíba e o Planalto Paulista. A partir de 1702, Paraty se tornou o porto oficial de embarque vindo das Minas Gerais para o Rio de Janeiro, mantendo um papel de destaque nesse aspecto. Paraty, em 1844, passou de vila a Cidade. Mas, no final do século XIX, com a inauguração da estrada de ferro ligando o Vale do Paraíba ao Rio, diminuiu a importância da Cidade. Paraty “congelou” no tempo, mantendo a tradicional fabricação de aguardente de cana até os dias de hoje. Não à toa, o nome da Cidade era sinônimo de cachaça.
Hoje, Paraty é considerada monumento histórico por suas construções que abrigam galerias de arte, restaurantes, além de várias outras opções. Nos anos 1970, a abertura da BR-101 (Rodovia Rio-Santos) devolveu à Paraty a importância de outrora, potencializando o turismo da região. A arquitetura, com seus casarões restaurados, é o principal atrativo, palco para um fervilhante movimento cultural: a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) é um dos principais eventos do gênero no mundo.
A pequena cidade é banhada por praias, como a Praia do Pontal, pertinho do Centro Histórico. A Praia do Forte também é outro local de visitação obrigatória: de lá é possível ter uma vista panorâmica de Paraty. Seguindo pela BR-101 é possível chegar a outras praias, como a tranquila São Gonçalinho. Mais ao interior, cachoeiras são alternativa de lazer, como a Pedra Branca.
Para se hospedar, vários hostels, pousadas e hotéis estão espalhados na Cidade, muitos deles próximos à rodoviária. Para quem busca um hostel, a experiência é divertidíssima: muitos estrangeiros visitam a Cidade e procuram esse tipo de hospedagem mais barata. É uma chance de conhecer novas culturas e até aprender um pouco de inglês. Mas, lembre-se: hostels são habitações mais simples, que oferecem o essencial: banheiros, cama e, geralmente, um generoso café-da-manhã. Portanto, não espere por luxo ou exclusividades. Simples e bacana, assim como Paraty.
