Pesquisa revela alta em venda de imóveis usados

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O Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP) divulgou resultados da pesquisa de dezembro de 2017, cujas vendas de imóveis usados na cidade de São Paulo caíram 10,43% comparado a novembro. Foi o terceiro mês seguido de queda segundo a pesquisa feita mensalmente com imobiliárias da capital. Em novembro a queda foi de 9,45% e em outubro, de 8,42%, sempre em relação ao mês anterior.

Apesar do trimestre negativo, 2017 terminou com saldo positivo nas vendas de imóveis usados, acumulando alta de 114,89%. “Tivemos quatro meses que salvaram o ano”, afirma José Augusto Viana Neto, Presidente do CRECISP. Foram meses em que as vendas registraram forte crescimento sobre os meses anteriores: fevereiro (+ 61,9%), abril (+143,55%), julho (+ 38,27%) e setembro (+ 36,18%). Segundo ele, esses meses compensaram as quedas em todos os outros, com exceção de maio, que subiu 0,51%.

O saldo acumulado de 114,89% nas vendas em 2017 foi praticamente o dobro do de 2016, de 74%. O mercado de locação residencial também fechou o ano passado com saldo positivo, de 22,85%, praticamente o mesmo do ano anterior, de 22,41%. Viana Neto explica que os números positivos, são indicativos de que o mercado de imóveis usados ganhou força sobre a recessão, mas é preciso ressalvar que esse crescimento se dá sobre bases deprimidas pela retração econômica dos últimos anos”.

Em dezembro de 2014, véspera do início da recessão que marcaria 2015 e 2016, o índice de vendas da capital foi de 0,3302. Esse número é 41,8% maior que o índice de dezembro de 2017, que fechou em 0,2329. Foi diferente o comportamento do mercado de locação. Em dezembro de 2014, o índice de locação da capital ficou em 1,5721 e, em dezembro último, estava em 3,0137, o que representa um crescimento de 91,7%.

Segundo Viana Neto, esse crescimento se dá em razão de as famílias terem que apelar ao aluguel quando não conseguem adquirir a casa própria. A falta de crédito e financiamentos mais caros, salários comprimidos e aumento do desemprego explicam esses dois movimentos, de alta das locações e queda nas vendas.

As pesquisas também indicam que se vendeu mais em 2017 porque os preços tiveram comportamento mais moderado do que em 2016, comparando a evolução dos preços médios do metro quadrado dos imóveis usados nesses dois anos. O preço médio em 2016 acumulou alta de 50,03%, percentual que caiu para 7,46% no ano passado.

Na locação residencial, o aumento de 2,5% no aluguel médio registrado em 2016 deu lugar a uma queda de 6,82% em 2017. “O cinto continuou apertado para a maioria da população, e os donos de casas e apartamentos tiveram de ceder no aluguel que imaginavam receber para não ficar com o imóvel vazio e gerando apenas custos como os de condomínio e IPTU”, justifica Viana Neto.

As 292 imobiliárias consultadas pelo CRECISP venderam em dezembro 79,41% dos imóveis em apartamentos e 20,59% em casas (20,59%). A maioria foi vendida à vista (52,94%), distribuindo-se os demais entre os financiamentos bancários (42,64%) e os financiados pelos próprios donos dos imóveis (4,41%). Não se registraram vendas por meio de consórcios imobiliários.

Os descontos que os proprietários concedem sobre os preços originalmente fixados para venda de seus imóveis aumentaram em três das quatro regiões que compõem a pesquisa. O aumento foi de 57% na Zona B (de 8% em novembro para 12,56% em dezembro); de 9,38% na Zona C (de 8,53% para 9,33%); e de 2,13% na Zona A (de 8% para 8,17%). Na Zona D, o desconto médio caiu 0,69% ao baixar de 7,22% para 7,17%.

Os imóveis usados mais vendidos em dezembro na capital – 55,88% do total – foram os de preço final até R$ 500 mil. Por faixas de preço, 55,38% custaram aos compradores até R$ 6 mil o metro quadrado. Segundo a pesquisa CRECISP, quase a metade – 47,06% – dos imóveis vendidos em dezembro estava em bairros agrupados na Zona B, como Jardim São Paulo, Paraíso, Pinheiros.

O restante das vendas distribuiu-se entre a Zona C (25%), que reúne bairros como Lapa, Mandaqui e Mirandópolis; a Zona D (16,18%), onde estão Freguesia do Ó, Glicério e Imirim, entre outros bairros; a Zona A (8,82%) dos Jardins, Campo Belo e de Vila Nova Conceição; e a Zona E (2,94%), onde estão reunidos bairros como Cangaíba, Cidade Dutra e Capão Redondo.

As imobiliárias venderam mais imóveis usados de padrão médio (77,94% do total) do que standard (11,76%) e luxo (10,29%). Casas e apartamentos de padrão médio foram mais vendidos que os de padrão luxo e standard em todas as Zonas de Valor: A (7,35%), B (38,24%), C (16,18%), D (13,24%) e E (2,94%).