Pressão no futebol mundial

0

Um dos principais assuntos mais comentados nessa semana na mídia mundial foi a renúncia do Presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA), Joseph Blatter, exatamente quatro dias após de ser reeleito, na sexta-feira (29/5). Desde 1998, Blatter, de 79 anos, era Presidente da Federação, quando substituiu o brasileiro João Havelange no cargo.

Atitude inesperada ou prevista pelas autoridades e fãs do futebol? É o maior escândalo envolvendo o futebol mundial dos últimos tempos.

A renúncia de Blatter sucede a acusação de autoridades americanas de que Jerôme Valcke, Secretário-Geral da entidade e braço direito do cartola suíço, esteve ciente do pagamento de US$ 10 milhões em propinas para Jack Warner, Ex-Presidente da Concacaf, em favor da África do Sul na Copa do Mundo de 2010.

Dias antes do evento, sete membros do congresso da entidade foram presos em ação da polícia suíça a mando do FBI. Entre os capturados, José Maria Marin, Ex-Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A conclusão para esta atitude de Blatter é que ele não resistiu à pressão imposta por investigações realizadas pelo Departamento da Justiça dos Estados Unidos. Durante coletiva de imprensa a diversos veículos de comunicação do mundo, na terça-feira (2/6), Joseph declarou “Apesar de ter recebido um mandato dos membros da FIFA, eu não sinto que tenho um mandato de todo o mundo do futebol – dos fãs, dos jogadores, dos clubes e das pessoas que vivem respiram e amam o futebol tanto quanto nós todos amamos a FIFA. Portanto, eu decidi submeter meu mandato a um novo e extraordinário congresso eletivo. Eu vou continuar a exercer minhas funções como Presidente da FIFA até as eleições”.

Não havia mais condições de Joseph Blatter continuar no cargo. A pressão dos patrocinadores, que já era grande, ficou ainda maior depois dos escândalos de corrupção envolvendo o futebol mundial. Diante de toda essa pressão, Blatter se sentiu isolado.

Outro fator negativo foi a falta de incentivo e apoio, por exemplo dos esportistas, alguns deles inclusive já declaram que querem disputar a vaga, É o caso de Zico, Ex-Ministro dos Esportes do governo Collor, que também renunciou ao cargo antes do impeachment do Presidente Fernando Collor acontecer.

Assim, cada vez mais isolado e com medo que seu nome poderia estar envolvido diretamente numa próxima etapa das investigações, o “manda-chuva” desistiu e jogou tudo para o alto, acreditando que teria sido melhor renunciar a ser investigado.

Agora, basta saber qual será o próximo capítulo deste imbróglio.

Novas eleições serão convocadas pelo Comitê Executivo da Fifa e devem acontecer entre dezembro de 2015 e março de 2016 em um novo congresso.

Quem pensa que apenas o Brasil é acometido pela corrupção está enganado. Países de primeiro mundo também são atingidos por este mal da humanidade.