Revolução Constitucionalista completa 83 anos de história

0

Um dos mais importantes e dramáticos acontecimentos da história republicana brasileira, a Revolução Constitucionalista de 1932, completa na próxima quinta-feira (9/7), 83 anos. Também chamada de Guerra Paulista, o movimento armado ocorreu no Estado de São Paulo e tinha por objetivo a derrubada do Governo de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova Constituição para o Brasil.

O movimento começou em 1930, ano que a revolução derrubou o governo dos grandes latifundiários de São Paulo e Minas Gerais, e Getúlio Vargas assumiu, provisoriamente, a Presidência do Brasil com amplos poderes. Autoritário e centralizador, Vargas fechou o Congresso Nacional e as Câmaras Municipais, anulou a Constituição de 1891, instaurou a censura, as perseguições, as prisões e as mortes. Também depôs governadores, prefeitos, deputados e vereadores e, para substituí-los, nomeou delegados de polícia e interventores militares. Surgia, assim, a Ditadura criada por Vargas.

Essa política desagradou às oligarquias estaduais, principalmente de São Paulo, o Estado economicamente mais importante do País. O Governo, então, comprava o excedente, queimava, e assim regulamentava a oferta de mercado internacional. No outro lado, estava o avanço da industrialização, com destaque para o setor têxtil que, somado à cultura do café, tornou o Estado economicamente mais rico em relação aos demais.

Diante da crise, Getúlio reconheceu oficialmente o Sindicato dos Operários, apoiou o aumento do salário dos trabalhadores, legalizou o Partido Comunista, delineou uma Legislação Trabalhista, regulamentou as mãos de obra feminina e do menor, o trabalho noturno, o direito a férias e limitou a oito horas diárias o período de trabalho. Porém, essas reformas ficaram restritas aos trabalhadores urbanos, e não foram estendidas aos trabalhadores rurais. Tais medidas provocaram ainda mais a elite paulistana, que convocou uma greve. Diante desse quadro, empresários e latifundiários se uniram contra Vargas e, em 23 de maio, realizaram um comício parta reivindicar a nova Constituição para o Brasil, o qual terminou em embate armado.

No total, foram 87 dias de combates, 934 mortos. Neles, morreram os estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, os quais ficaram conhecidos pela sigla MMDC e tornaram-se o grande símbolo da Revolução de 1932.

Após a revolução, a Cidade voltou a ser governada por paulistas, e dois anos depois uma nova constituição foi promulgada – a Constituição de 1934.

Atualmente, o dia 9 de julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data mais importante da Cidade e feriado estadual. Os paulistas a consideram como sendo o maior movimento cívico de sua história.