Rua no Tucuruvi é escolhida para o primeiro Museu de Arte de Rua

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Vocês devem se lembrar que o SP Norte publicou, no início do ano, a matéria Grafitódromo de Doria já existe – pelo menos, em parte. Era janeiro, e na época começavam as polêmicas em torno da questão da arte urbana, grafite e pichação.

Dias depois, o Prefeito João Doria (PSDB) anunciou, oficialmente – e, também, depois de pintar muros e vestir-se de pintor -, a criação do Museu de Arte de Rua (MAR). Inspirado em experiências internacionais, onde alguns bairros possuem locais próprios para as manifestações artísticas, nós do SP Norte insistimos em aproveitar a estrutura existente na Av. Cruzeiro do Sul para que o projeto fosse aplicado ali, neste primeiro momento. Seria uma chance de revitalizar toda uma área, em parte degradada, em parte bem estruturada, além da integração com modais de transporte e o Parque da Juventude.

Porém, a Cruzeiro do Sul terá que esperar – ou, pelo menos, despertar a atenção da administração municipal para manter a arte ali existente (ou quase, já que muitos murais estão pichados ou pintados de cinza). A Prefeitura, junto com o Secretário de Cultura André Sturm, anunciaram os projetos selecionados para a primeira etapa do Museu de Arte de Rua (MAR). O local escolhido á a Rua Moacyr Vaz de Andrade, no Tucuruvi. A via é próxima ao Shopping Tucuruvi – e é emblemático, pois o local também é conhecido como “Ladeira da Mixirica”: atraindo skatistas de toda a região.

As intervenções estão programadas para começarem a partir deste domingo (28). “Esta é a primeira de cinco ações do MAR que serão implantadas na cidade. É um museu aberto, interativo, sem ingresso, em áreas livres. As ações também podem servir de incentivo para mais pessoas aderirem a uma arte plural e democrática”, afirmou Doria.

O projeto municipal “apoiará intervenções de grafite em paredes e muros de áreas públicas, com o objetivo de colorir todas as regiões da cidade”, diz a nota enviada pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura. De acordo com a administração municipal, as propostas escolhidas foram feitas a partir do olhar de especialistas e artistas ligados à arte urbana.

Serão investidos R$ 200 mil em oito projetos. Para captar esse investimento, a prefeitura abriu até sexta-feira (26) um edital de chamamento para que empresas participem da ação. No momento, a Colorgin, empresa de tintas fará a doação dos materiais utilizados nesta primeira etapa.

Para o secretário de Cultura, a ação “tem um simbolismo muito grande” e que o principal “foi o processo de criação do museu, em que os artistas do grafite construíram um projeto com total aderência ao movimento e com valor de inovação”.

Foram 23 inscritos, e oito projetos selecionados – quarto em cada módulo previsto em edital. Um módulo foi voltado aos projetos de grupos ou coletivos de artistas com no mínimo seis integrantes. Este módulo tem o incentivo de R$ 40 mil para cada projeto. Já as outras propostas do módulo 2 – com incentivo de R$ 10 mil – são destinadas a projetos de coletivos com no mínimo três integrantes.

Na Zona Norte, foi escolhido o Inclugraff, proposto por André Lopes e pelo Coletivo O Olho da Rua. O projeto terá 20 artistas atuando nas ações de formação. Cada um vai escolher um aprendiz da comunidade para participar do processo. Veja no site da Prefeitura quais os locais escolhidos para outras ações na Capital.

foto: Reprodução/Youtube (topo) e Heloisa Ballarini