:::Bruno Viterbo
O que os incas e Machu Picchu têm em comum com uma pequena e conhecida cidade de Minas Gerais – distantes aproximadamente 4 mil quilômetros?
Aparentemente, nada. Afinal, os incas foram uma civilização que sucumbiu ao domínio espanhol em 1533. Mas São Tomé das Letras, a 304,2 quilômetros da capital mineira Belo Horizonte, oferece essa e muitas outras histórias que vão muito além da nossa vã sabedoria.
A cidade é repleta de lendas e causos que envolvem misticismo e ufologia. A “ligação” entre os incas e o município se dá pela Gruta do Carimbado. Dizem que a gruta leva à cidade sagrada peruana por meio de um portal, e que a população de lá teria se refugiado em São Tomé. Outra teoria da gruta é que esta tem uma “outra dimensão”, que faz ter a sensação de estar em Machu Picchu. O local despertou o interesse de redes de TV, que chegaram a ir à gruta em busca de respostas ou de um “fim”. Sem sucesso.
A gruta também tem relação com outra lenda de São Tomé: Chico Taquara. A história diz que este era um curandeiro milagroso, sempre a andar de modos rudimentares e protegendo os animais. Quem estuda as lendas afirma que Chico é um habitante “intraterrestre”, uma civilização mais evoluída, “moradora” do centro da Terra – com passagem por algum portal localizado nas várias outras grutas de São Tomé.
Além das místicas histórias, o município tem um vasto patrimônio cultural. São casarões e igrejas coloniais, principalmente no trajeto da Estrada Real – a rota dos colonizadores no período de exploração do ouro e povoamento.
Afora as lendas, São Tomé é conhecida como “cidade de pedra”. É repleta de cachoeiras, cavernas, entre outras belezas naturais únicas. A economia local é dependente da extração de pedra – o quartzito, utilizado no revestimento de piscinas e casas. O turismo – natural e esotérico – também é outro item que movimenta a economia local.
São Tomé das Letras é considerada uma das sete escolhidas como “sagrada” – todas no entorno do município – para os que acreditam na vindoura “Era de Aquário”. Na cidade onde carros, mesmo desligados, sobem ladeiras, tudo é possível.
foto: Fotos Públicas
