:: Ana Cláudia Sacomani
No primeiro balanço do ano realizado pela Secretaria Municipal da Saúde sobre a situação da dengue, os dados apontam que o Município registrou, até a terceira semana (4 a 24 de janeiro), 1.304 notificações da doença. Destas, 120 casos já foram confirmados.
No mesmo período do ano passado, foram notificadas 495 sendo 45 casos confirmados. Já para a febre chikungunya, neste ano, não há registros.
Diante destes dados preliminares, a administração municipal estima que, nesse ritmo, a Cidade pode enfrentar uma situação crítica em 2015, com até 90 mil casos de dengue. Para reverter este cenário, a participação e engajamento de toda a população é uma prioridade.
Entre as hipóteses levantadas pela Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) para o aumento dos casos neste ano estão as altas temperaturas e o acúmulo de água limpa sem proteção, em razão da crise de abastecimento dos últimos meses. Por isso, a Prefeitura reforçou o trabalho dos 2.500 agentes de zoonoses em toda a Cidade, com ações de visitas porta a porta, grupos de orientação e ações de combate nos locais de grande concentração de pessoas.
As subprefeituras também estão envolvidas neste trabalho preventivo. Os paulistanos devem se atentar à necessidade de ação individual para eliminar criadouros de mosquito Aedes aegypti. A visita de equipes é programada com base no mapeamento de pontos críticos, a partir dos casos confirmados. E uso de nebulização pesada (“fumacê”) só ocorre em última instância, emergencial, e funciona para eliminar mosquitos, sem efeito prático na eliminação de criadouros.
É importante esclarecer que a dengue está mais associada ao calor e à água limpa do que simplesmente à chuva, porque qualquer pequena coleção de água, desde uma tampinha de garrafa a um prato de vaso pode ser um criadouro.
A Secretaria Municipal de Saúde adotou, desde o ano passado, duas novas estratégias para o combate às doenças. A portaria 2.286/2014 estabelece que os serviços públicos e privados de saúde devem realizar, em até 24 horas, a notificação compulsória dos casos suspeitos. A Secretaria criou ainda comitês locais de prevenção nas subprefeituras, para fortalecer o contato com a comunidade e o trabalho integrado nas ações de campo.