Rua Aberta: escolha de ruas não é definida na região de Santana/Tucuruvi

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CET pede prazo para analisar novas opções, e outra audiência será marcada

::: Bruno Viterbo

A história se repetiu: auditório vazio e nenhuma definição. Ou os moradores continuam sem interesse, ou as subprefeituras não divulgam da maneira que deveriam as audiências públicas que estão percorrendo as 32 subprefeituras da Cidade até o próximo dia 17.

Em Santana/Tucuruvi, a audiência pública reuniu cerca de 30 pessoas, entre funcionários, organizadores, representantes da Subprefeitura, imprensa e moradores. A situação não foi diferente do visto na reunião em Vila Maria/Vila Guilherme (conforme reportagem do Jornal SP Norte) e nos números divulgados pela Prefeitura em todas as outras regiões da Cidade. Um projeto de impacto na vida de moradores, comerciantes e visitantes não pode ser tratado de maneira tão tacanha – por parte de moradores e órgãos públicos.

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Para a região de Santana/Tucuruvi foram sugeridas três vias, de acordo com estudos técnicos da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET): Rua Antonio Flaquer, no Tucuruvi; Av. Engenheiro Caetano Álvares; e Av. Luiz Dumont Villares. As especificações técnicas foram apresentadas por Cássio Alves, gestor de trânsito do órgão.

A Rua Antonio Flaquer seria aberta à população em toda sua extensão, entre a Rua Eduardo Vicente Nasser e a Av. Profa. Virgília Rodrigues Alves Carvalho Pinto. Já a Engenheiro seria bloqueada em seu trecho final, entre a Rua Irmão João Creff e antes do retorno próximo à Av. Meireles Reis. O trecho tem a extensão de 340 metros. Por fim, a Av. Luiz Dumont Villares foi apresentada, na extensão de 500 metros, entre as ruas Paulo de Avelar e Tomé Pontes, próximo à Estação Parada Inglesa do Metrô.

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Os – poucos – moradores presentes questionaram a escolha, já que há fluxo comercial (principalmente nas avenidas escolhidas) e o transporte público nas proximidades da Dumont Villares. O gestor de trânsito respondeu que a SP Trans redimensiona o número de ônibus nos horários do bloqueio (das 10h às 17h), além de “operacionalizar os desvios”.

A CET escolheu as vias de acordo com as especificações do projeto, que inclui não escolher ruas ou avenidas que possuem acesso a hospitais, por exemplo. Também foi explicada a diferença entre os programas Rua Aberta e Ruas de Lazer. Enquanto o primeiro é direcionado para grandes avenidas, sendo uma forma de suprir a carência de espaços públicos de lazer, o segundo é dedicado aos bairros, em ruas menores, que atendem à comunidade local.

0910_rua aberta santana 5 O Programa Rua Aberta determina também que as vias serão abertas apenas um domingo por mês ou de maneira itinerante. A aprovação não significa que a via será fechada todos os domingos, como muitos têm pensado. O horário também é fora do horário de maior fluxo aos domingos, que é entre as 17h e 18h.

Entre polêmicas – como o aumento ou diminuição do faturamento de comerciantes nas vias abertas (ou fechadas, depende do ponto de vista) – e sugestão de novas vias (como a Av. Direitos Humanos), o encontro terminou sem uma definitiva. A pouca divulgação dos encontros – questionamento rebatido pela Subprefeitura, dizendo que fez divulgação nos telejornais matinais da Rede Globo, sem mencionar números – contribuiu para a indecisão. Foi sugerida a aplicação de faixas ou placas em avenidas de grande circulação da região, mas a Sub insistiu no suposto “alcance” ou “audiência” da emissora. Considerando que muitos trabalham cedo e estão já na rua (onde veriam faixas ou placas), estes não verão os comerciais veiculados na TV. Um novo encontro será marcado para definir qual via será parte do projeto.